Dad Squarisi
Conhece o jogo do SIM, MAS? É velho como o quê. Existe desde que o homem aprendeu a falar. Nele, os participantes fazem de conta. Um se finge de cordato. Aconselha, fala, alerta. O outro escuta. Parece convencido. Balança afirmativamente a cabeça. Depois, dá o golpe:
— Sim, você tem razão, mas…
É diálogo de mudos. A argumentação não leva a coisa alguma nem a lugar algum. No programa eleitoral, o SIM, MAS faz a festa. No de ontem, a-ba-fou. O mundo se dividiu em dois. De um lado, Roriz. “Sou candidato”, jurava ele de pés juntos. “O Supremo vai confirmar minha candidatura.” O povo fazia coro: “Governador do povo. Roriz de novo”.
E dê-lhe desfile de obras e obras. Hospitais, escolas, viadutos, pontes, etc. etc. etc. “Fiz e quero fazer mais”, disse ele. “Faço propostas, mas tenho de enfrentar campanha contra mim. Eles dizem que não sou candidato. Mas sou. Conto com vocês.”
A turma do MAS demorou. Quando apareceu, exibiu na tela texto informativo. O título: “Porque Roriz foi barrado pela Lei da Ficha Limpa”. Mostrou imagens das negociações da bezerra de ouro, da renúncia ao mandato de senador, etc. etc. etc. No fim, a misericórdia: “A candidatura de Roriz continua barrada pela Justiça”.
Ops! Muitos não acreditaram. A razão: baita tropeço na língua. A turma do Agnelo atropelou o porquê. O dissílabo, no caso, significa “a razão pela qual”. É separado.