Palanque eletrônico 11

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Não me esqueça, por favor

Dad Squarisi   Candidato não nasceu ontem. Cobra criada, sabe que a memória tem uma marca. É arisca. Na hora H, falha. Troca o verbo lembrar pelo esquecer. Em vez de recordar o nome do pidão, apaga-o sem piedade. Já imaginou? Todo o esforço da campanha vai pelo ralo. Ninguém merece.   Ops! Existe o antídoto. Trata-se da outra marca da memória. A sabida é seletiva. Só armazena o que quer. O jeito, então, é conquistar a mocinha. Nada melhor que cortejá-la e bajulá-la. A ciência tem a receita. Chama-se recurso mnemônico. Trata-se do vale-tudo para manter-se na cabeça do eleitor.   Números fáceis sobressaem. “Agnelo 13”, “Toninho 50”, “Magela 1313”, “Rollemberg 400”. Rimas fazem a festa. “Eu quero ser feliz. Voto Roriz”, canta o povo todo-azul. “Quando você avalia, vota Abadia”, alerta a voz ponderada. “Senado é missão, não profissão”, ensina Moacir Bueno. “Se você é do bem, vem também”, convida Alexandre Garcia. “Vote com fé, vote no Bené”, diz o próprio.

Marqueteiros dão asas à imaginação. Associações aparecem a torto e a direito. Números e rimas? Oba! Liga-se uma coisa com outra e chega-se lá: “123, Cristovam outra vez.” “Vote 17 sim, senhor. Newton Lins governador”. Ufa! Quer mais? Dê uma espiadinha no programa eleitoral. A criatividade ali sai pelos poros.