“A paz é possível”, disse Ingrid Betancourt ao ganhar a liberdade. A ex-senadora colombiana ficou seis anos nas mãos de guerrilheiros. Na selva amazônica, comeu o pão que o diabo amassou. Era obrigada a andar muitos quilômetros a pé sem saber para onde. No vai-e-vem, carregava a bagagem. Ao chegar, ficava acorrentada. Ufa! Hastear a bandeira branca não será tarefa fácil. Mas é […]
Deus às vezes erra na medida. Dá muito prauns. Pouco pra outros. Mas, generoso, não deixa os filhotes na mão. Oferecesoluções. Uma delas são os Pitanguys da vida. Eles fazem milagres: passam ferronas rugas, tiram barriga, aumentam seios, incrementam bumbuns. O furor do momento é a lipoaspiração. O motorzinho aspira os excessos de Deus e da mesa. Pneuzinho nas costas? Estômago exibido? […]
Enfarto, enfarte ou infarto? Tanto faz. As três figuram no dicionário. Você escolhe.
Os cumprimentos bom-dia, boa-tarde e boa-noite se escrevem com hífen. A referência a um bom dia, uma boa tarde ou uma boa noite dispensam o tracinho.
Você viu? A propaganda está no ar. Belo rapaz ocupa a telinha e diz convincente: “A Bayer pensa nos pequenos detalhes da saúde masculina”. Que redundância! O bonitão joga no time dos que sobem pra cima, descem pra baixo, mantêm a mesma. É que subir só pode ser pra cima; descer, pra baixo; manter, a mesma. Todo detalhe é pequeno. Se não for pequeno, detalhe […]
Viva! Numa operação marcada pela polêmica, o Exército colombiano libertou Ingrid Betancourt. A ex-senadora ficou seis anos presa na mata amazônica. O fato pegou a imprensa de surpresa. No corre-corre de escrever a notícia, pintou uma curiosidade na redação. Reféns tem acento. Hifens não. Por quê? Trata-se de velha rivalidade entre oxítonas e paroxítonas. O que acontece com umas não acontece com as outras. […]
Quem abusa do copo é bêbado ou bêbedo? As duas palavras figuram firmes e fortes no dicionário. Escolha.
Eta! No trabalho, na escola ou em casa só se fala na lei seca. Motoristas se lamuriam. Sentem-se tolhidos na liberdade de tomar um chopinho à tarde, um vinho no jantar, um uisquinho com amigos. Empresários reforçam o coro carpideiro. Choram a redução da clientela, os estoques imobilizados, a queda no faturamento. Criaturas tão zelosas dos direitos se esquecem de pormenor pra lá de importante. […]
A latina fari virou falar em português. Na língua de Camões, gerou filhotes que só. Entre eles, infante. A trissílaba significa que não fala (in = não; fante , falante). De infante nasceu infantil. Em suma: infante e infantil usam fraldas.
“Antes de levar a caneta ao papel, leio.”