Ou isto ou aquilo

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Domingo o povo votou. Escolheu os mandachuvas municipais. Das oito da manhã às cinco da tarde, eleitores saíam de casa e se dirigiam à zona eleitoral. Foi a festa da democracia. Depois, veio a apuração. Prefeitos que se elegeram de primeira. Outros terão de continuar a luta.
 
Sem conseguir a maioria dos votos, vão disputar o segundo turno. Será um pega-pra-capar. A alternativa é levar ou cair fora. Daí a importância da conjunção ou. Bivalente, a pequenina dá dois recados. Ora indica exclusão; ora, inclusão. As diferentes mensagens se refletem na concordância:
 
Se o ou exclui, dá passagem ao singular: Ou Marta ou Kassab será prefeito de São Paulo. Fogaça ou Maria do Rosário governará Porto Alegre até 2012. Ou João ou Rafael se casará com Vitória. Ou Obama ou McCain será eleito presidente dos Estados Unidos.
 
Viu? Só há uma vaga de prefeito e de presidente. Também só um dos pretendentes pode se casar com a moça que tem nome de vencedora. O ou, então, tem uma saída — mandar um dos candidatos passear na esquina. Daí a exclusividade do singular.
 
Se o ou inclui, a história muda de enredo. Como mais de um sujeito pode praticar a ação, o verbo, vaquinha de presépio, vai atrás. Flexiona-se no plural: Um ou outro artista apareceram na festa. Carlos ou Paulo sairão antes das 10h. Um colega ou outro serão convidados para a reunião do grupo.