O futebol produz algo mais que ídolos. Cria milionários. Os craques ganham salários. Ganham também participação em publicidade, venda de produtos com a cara ou o nome deles, aluguéis e rendimento de aplicações financeiras. A fortuna atinge as alturas. O ricaço número 1 fala a nossa língua. É o português Cristiano Ronaldo. O bonitão deita e rola sobre US$ 392 milhões. Dois brasileiros figuram entre os cinco primeiros. Um é Kaká (US$ 232 milhões). O outro, Ronaldinho Gaúcho (US$ 220 milhões).
Com a notícia, um sufixo chamou a atenção. É -aço. De repente, não mais que de repente, o danadinho caiu na preferência marqueteira. “Em festa, festaço ou festinha, use camisinha”, alerta campanha do Ministério da Saúde. “Um mulheraço”, diz o comentarista diante da beldade estonteante. “Governo prepara manobra antitarifaço”, alardeia a manchete de economia. Com a popularidade em alta, vale a pergunta. Que recado as três letrinhas transmitem?
Elas nasceram latinas. Generosas em conotações, passaram para o português. Aqui, sentiram-se em casa. É que combinam com o espírito brincalhão do brasileiro. Além de indicar tamanho grande, acrescentam certo exagero meio irônico, meio prazeroso. Badernaço diz mais do que badernão. Ricaço diverte mais que ricão. Mulheraço, festaço, beijaço têm pimentinha a mais que mulherona, festão e beijão. “Um beijaço pra você”, insinua mais que “um beijão pra você”. Concorda?