Lembra-se das manhas do substantivo grama? Ele tem dois gêneros. E, claro, dois significados. A grama é o tapetinho verde que enfeita jardins e serve de palco para jogadores de futebol exibirem o talento que nos encanta: Tantos jogos maltratam a grama. Pisar a grama descalço faz bem à saúde. O jardineiro trata a grama com cuidado.
O grama é velho conhecido de comerciantes. Trata-se da medida com que pesam arroz, feijão, carne, presunto, pão. Olho vivo! Na padaria, peça duzentos gramas de presunto. No açougue, quinhentos gramas de carne. No mercado, trezentos gramas de temperos.
Trocar os gêneros? Valha-nos, Deus! Dá uma senhora confusão. Você pensa uma coisa. Diz outra. E, como escreveu Mário Quintana, “a coisa propriamente dita desconfia que não foi dita”.