A regra é fácil como andar pra frente. Mas dá nó nos miolos de estudantes e de profissionais com quilômetros rodados. Trata-se de distinguir o singular e o plural de verbos pra lá de conhecidos. Dois deles jogam na mesma equipe. São ter e vir. Vale lembrar que eles têm família. Filhos, irmãos, tios e primos das pequeninas criaturas contribuem para a confusão. Que tal desatar os nós?
Comecemos pelo faladíssimo ter. Ele tem. Eles têm. Singular e plural soam do mesmo jeitinho. Mas a escrita diferencia os dois números. Brinda o plural com chapéu pra lá de charmoso e, por isso, não admite que o acessório passe despercebido. Exige que olhemos pra ele e o mantenhamos no lugar. Assim: Um dos assaltantes tem ficha limpa. Os demais têm passagem pela polícia.
Família da pesada
Manter, conter, deter, reter & cia. são filhotes de ter. Eles têm algo mais que o paizão. Ao ganhar sílabas, deixam o time dos monossílabos. Obedecem, então, à regra de acentuação gráfica da nova turma. No caso, as oxítonas. No singular, exibem grampinho pra lá de vistoso. Tu manténs, ele mantém, tu conténs, ele contém, tu deténs, ele detém, tu reténs, ele retém se juntam a armazém, armazéns, amém, améns, porém, parabéns. Olho vivo! O plural não muda (mantêm, contêm, detêm, retêm).
Mais do mesmo
Vir segue modelo idêntico ao ter (ele vem, eles vêm). Os derivados também percorrem a mesma trilha tintim por tintim. É o caso de convir, provir, advir. Quer um exemplo? Fiquemos com intervir: Tu intervéns nos negócios da tua família. Dudu intervém nos da família dele. João e Rafael intervêm nos deles e nos da família. Queiram ou não, todos intervêm nos assuntos de uns e outros. Valha-nos, Deus! Xô, intromissão!