A campanha Outubro Rosa veste os monumentos de cor-de-rosa. Trata-se de forma charmosa de chamar a atenção para a necessidade de prevenir o câncer de mama. À noite, as cidades ganham toque de magia. Os cidadãos circulam pelas ruas encantados. Fotografam. Postam comentários e imagens nas redes sociais. É um show.
Mas, como nem tudo o que reluz é ouro, pintam questões aqui e ali. Uma delas se refere aos adjetivos claro e escuro. Como flexioná-los? A ponte está rosa-claro ou rosa-clara? E os edifícios? Estão rosa-claro ou rosa-claros? As dúvidas procedem. É que a concordância adora pregar peças. Melhor não vacilar.
Trata-se de adjetivo composto. A duplinha joga em dois times. Pertencer a um ou ao outro depende da classe gramatical das palavras que a forma:
1. Adjetivo + adjetivo ou palavra invariável + adjetivo — só o segundo elemento varia: olhos castanho-escuros, bandeira verde-amarela, blusas azul-escuras, paredes verde-claras, esforços sobre-humanos, atitudes anti-higiênicas.
Exceção: azul-marinho e azul-celeste são invariáveis: blusa azul-marinho, blusas azul-marinho, sapato azul-marinho, sapatos azul-marinho; saia azul-celeste, saias azul-celeste, livro azul-celeste, livros azul-celeste.
***
2. Adjetivo + substantivo ou substantivo + adjetivo — ambos ficam no bem-bom. Não variam: saias azul-turquesa, olhos verde-mar, uniformes verde-oliva, bandeira amarelo-canário, vestidos rosa-claro, bolsas castor-escuro, ponte rosa-claro.
*** Resumo da opereta
Além de enfeitar a cidade, a campanha ensina lições. Palma pra ela.