Elder Morais anda encucado. Por quê? Ele explica: “Ultimamente tenho sido pressionado pelo imperativo. Para qualquer lugar que eu olho, lá está ele. Ligo a TV, só dá ele. E as dúvidas se multiplicam.
`Dirija com cuidado, lembre-se do Maurício´, diz comercial da TV. Não seria dirige? `Beba com moderação´, aconselha a propaganda. Não seria bebe? `Abrace a vida´, manda o anúncio. Não seria abraça?”
O manda-desmanda
A formação do imperativo afirmativo, forma verbal que dá ordem, faz pedido, suplica, manda e desmanda, exige atenção plena. Rigoroso, ele divide as pessoas do discurso em dois grupos. As segundas (tu e vós), preferidas dos gaúchos, ficam de um lado. As outras (ele, nós, eles), de outro. Nada de misturas.
O tu e o vós derivam do presente do indicativo. Mas esnobam o s final. Veja o verbo estudar: eu estudo, tu estudas, ele estuda, nós estudamos, vós estudais, eles estudam.
Como fica o imperativo? Igual ao presente do indicativo, mas sem o s final: estuda tu, estudai vós.
Mais simples, as outras pessoas não dão trabalho. Saem do presente do subjuntivo sem tirar nem pôr: que você estude, que nós estudemos, que vós estudeis, que eles estudem.
O imperativo afirmativo do verbo estudar fica assim: estuda tu, estude você, estudemos nós, estudai vós, estudem vocês.
Nas questões que você apresentou, ambas as formas estão corretas. Algumas apelam para o tu. Recorrem, então, ao presente do indicativo. Outras, ao você. Apelam para o presente do subjuntivo. Compare:
Dirija (você) com cuidado, lembre-se do Maurício. Dirige (tu) com cuidado. Lembra-te do Maurício.
Beba (você) com moderação. Bebe (tu) com moderação.
Abrace (você) a vida. Abraça (tu) a vida.