Era uma vez um lobo que vivia num lugar muito longe. Na cidade não havia polícia nem juízes. A casa dele ficava no pico do morro. Pelo jardim passava um riozinho muito limpo.
O bichão não estudou. Nem queria saber de trabalhar. Acordava tarde, escovava o pelo e afiava os dentes. Depois partia em busca de comida. Um dia, olhou pra baixo. Viu um cordeirinho bebendo a água que caía lá do alto.
O lobo lambeu os beiços. O almoço estava no papo. Com cara feia e voz grossa, perguntou:
— Com ordem de quem você suja a minha água?
— Daqui de baixo não posso sujar a água que vem de cima, respondeu o inocente.
— No ano passado, você sujou. Por isso tenho raiva de você.
— Impossível, senhor lobo. Eu nasci este ano.
— Bom, se não foi você, foi seu irmão. Se não foi seu irmão, foi seu pai. Se não foi seu pai, foi seu avô. Se não foi seu avô, foi a mamãezinha.
E… glup! Devorou o indefeso.
*
Há muitos lobos por aí. Você conhece garoto que tira a bola do time só porque leva um gol? Ou menino fortão que bate no colega menor quando não vê ninguém por perto? Ou o adulto que rouba o lugar de criança na fila? São covardes que se aproveitam dos mais fracos. Cruz-credo!
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Moral da história: só a lei pode enfrentar a força.