Era uma vez…
O leopardo e a raposa eram vizinhos. Depois do almoço, os dois se deitavam debaixo da árvore pra bater papo. O assunto era sempre o mesmo. Cada um falava da própria beleza. Ele elogiava a pele lustrosa e toda pintada que exibia pra lá e pra cá. Ela se orgulhava da cauda estufada, linda com a pontinha branca.
Mas a raposa não tinha dúvida. O Leopardo é muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito, mas muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito bonito. Deixa todo mundo encantado. Mesmo assim, ela continuou se elogiando porque gostava de conversar. Enquanto ela falava, ele foi-se irritando, foi-se irritando, foi-se irritando. Quase explodiu de raiva. Quase saltou em cima da vizinha. Antes, soltou montões de palavras feias. Ela, então, se levantou e disse:
— Você pode ter o pêlo mais lindo do mundo, mas não tem educação. Você seria muito mais elegante se fosse mais educado.
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Há muita gente parecida com a leopardo, não é? A Rosa é uma delas. Ela é toda lindinha. Mas come de boca aberta, tem preguiça de tomar banho, não escova os dentes, interrompe ou outros que estão falando, bate nos colegas, não dá uma provinha do lanche, não obedece à professora. Feio, não?
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Moral da história: ser bonito por fora nem sempre é ser bonito por dentro. A aparência engana. (Coluna publicada no suplemento Super, que circula aos sábados no Correio Braziliense)
