Bum! Bum! Bummmmmmmmmmmm! Virou moda. Arma na mão, lobos solitários saem atirando. Matam ao acaso. A bala acerta quem está no lugar errado na hora errada. Assim foi nas escolas que perderam dezenas de alunos. Ou na Maratona de Boston. Ou, como ocorreu na segunda, no quase quintal da Casa Branca.
A tragédia ocorrida em base da Marinha dos States trouxe ao cartaz a maior potência do planeta. Comentaristas, estudiosos, psicólogos comentam. Ao fazê-lo, falam nos Estados Unidos. É aí que a porca torce o rabo. Muitos pisam a concordância. Dizem “Os Estados Unidos chora novos mortos”. Valha-nos, Deus! Que o Senhor nos proteja os ouvidos.
Nome próprio plural joga em dois times. Num, vem acompanhado de artigo (os Estados Unidos, as Bahamas, os Andes, os Alpes, o Palmeiras). Noutro, sem o pequenino (Minas Gerais). A presença ou a ausência da ilustre criaturinha tem tudo a ver com a concordância. Eis a manha: o verbo concorda com o artigo. Sem ele, embarca no singular.
Veja: Os Estados Unidos sofreram novo ataque de cidadão americano. Os Alpes atraem turistas de Europa, França e Bahia. Os Andes ficam na América do Sul. O Palmeiras disputa o Brasileirão. Conquistará a taça? Minas Gerais tem o maior número de municípios do país.
Sem exceção
Olho vivo! A sigla não goza de privilégios. Obedece à norma do nome completo. Por quê? O artigo é pra lá de poderoso. Mesmo ausente, conta como se estivesse expresso: EUA vivem outra tragédia doméstica.
Moral da história
Os Estados Unidos espionam o mundo. Mas se esquecem de dar uma olhadinha no próprio quintal. Dá no que dá.