A Copa América está meio morna. Nenhum time se destaca. Estrelas perderam o brilho. Messi, Neymar, Ganso deixaram o talento no caminho. As grandes jogadas ficam no desejo. Diante das decepções, Carlos Alberto alimenta um sonho — eliminar a dona da casa. Esperava que a festa ocorresse na segunda-feira. Preparou-se para o evento. Comprou as cervejinhas, chamou os amigos, preparou o ambiente.
No apito final, ele levantaria um cartaz. Ali estaria escrita a interjeição de prazer dos inimigos quando o adversário tropeça. Mas, na hora de grafar a palavra, pintou a dúvida. Benfeito? Bem feito? Bem-feito? Foi ao dicionário. Lá estava:
Benfeito é o contrário de malfeito: corpo benfeito, pesquisa benfeita, investigação benfeita.
Bem feito é a interjeição que exprime alegria pelo mal ocorrido a alguém: Eu avisei que havia blitz no caminho de casa. Você não me deu ouvidos. Bebeu. Caiu nas mãos da polícia. Bem feito!
Terminado o jogo, Carlos Alberto suspirou decepcionado. A Argentina ganhou de goleada. A mulher, que odeia futebol, olhou pra ele divertida. E, baixinho, sussurrou:
— Bem feito!