Dezembro chegou. Com ele, o corre-corre. O fim do ano, que bate à porta, mexe com o equilíbrio das criaturas. Estudantes precisam garantir os pontinhos que desprezaram ao longo de meses. Crianças fazem pedidos a Papai Noel. Pais vasculham presentes em shoppings, feiras ou camelôs. Donas de casa buscam os ingredientes da ceia. E as férias? Ops! Cadê passagem? Não só. Há que sobrar tempo pra escrever a mensagem no cartão que acompanha a lembrancinha. A criatividade é bem-vinda. A exclusividade também. Em uma e outra, uma condição se impõe. Trata-se da grafia correta das palavras. Dois vocábulos fazem a festa — Natal e ano-novo. Natal é festa cristã. Nome próprio, escreve-se com a inicial grandona. Ano-novo, substantivo comum, não exibe nenhum pedigree. Vira-lata, grafa-se com inicial pequenina e hífen. Mais: os adjetivos que acompanham Natal não têm nada a ver com o sangue azul do dissílabo. São plebeus de carteirinha: Daqui, de longe, receba meus votos de feliz Natal e um ano-novo pra lá de generoso. Por falar em ano-novo… Ano-novo tem irmãozinho gêmeo. É ano-bom. Os dois, filhos do mesmo pai e da mesma mãe, não negam a origem. Escrevem-se do mesmo jeitinho: com hífen e a inicial minúscula.