É provocação? Parece. A Presidência da República desafia o calendário. Duvida? Leia a nota abaixo, divulgada pelo Palácio do Planalto:
Brasília, 07 de maio de 2008.
Governo investe R$ 341,7 milhões na construção de 484 creches
Até o final do ano, o governo federal vai investir R$ 341,7 milhões na construção de 484 creches em 484 municípios, nas cinco regiões do país. Os 131 municípios que ainda não receberam orientação técnica para a construção e apoio pedagógico para o funcionamento das creches participarão de dois encontros: em Florianópolis, nesta quarta-feira (07/05), e em Brasília, na quinta-feira (07/05). Reuniões técnico-pedagógicas para esse fim estão sendo organizadas pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC). As novas escolas fazem parte do Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância), uma ação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que busca incluir crianças de zero a cinco anos e 11 meses na rede pública de ensino.
O texto permite afirmar que, com os superpoderes de que dispõe, o Palácio do Planalto:
a. mudou a contagem de tempo
b. renovou o processo de alfabetização
E daí?
Escolheu a letra a? Acertou em cheio. Soberbo, o Palácio do Planalto decidiu: vai acelerar o tempo. Doravante, completar um ano dispensa os 365 dias do calendário. Daí por que a nota fala em “zero ano”.
Para os mortais, que ralam os 30 dias do mês e os 12 meses do ano, não existe tal privilégio. Com a cabeça no pescoço e os pés no chão, eles escrevem: …ação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que busca incluir crianças de até 5 anos e 11 meses na rede pública de ensino.
Resumo da opereta: na vida real, zero ano não existe