O berço do Dia dos Namorados

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Márcio Cotrim

A versão mais conhecida originou-se na Roma antiga, no século 3. Um padre chamado Valentim, desobedecendo às ordens do imperador Cláudio II – que proibira o matrimônio durante as guerras por acreditar que os solteiros eram os melhores combatentes – continuou celebrando casamentos, acabou preso e condenado à morte. Considerado mártir pela Igreja Católica, morreu em 14 de fevereiro, dia que também marca a véspera das lupercais, festas anuais celebradas em honra de Juno (deusa da fecundidade e do matrimônio) e de Pã (deus da natureza).

Outra versão diz que, no século 17, ingleses e franceses passaram a celebrar o dia de São Valentim como Dia dos Namorados. A data foi adotada um século depois nos Estados Unidos, como o Valentine’s Day, lembrando o nome do padre Valentim. Na Idade Média, aliás, dizia-se que 14 de fevereiro era o primeiro dia de acasalamento dos pássaros. Por isso, os namorados usavam a ocasião para deixar mensagens de amor à porta das amadas.

Para nós, brasileiros, a data surgiu em 12 de junho de 1949, por iniciativa da loja paulista Exposição Clíper numa escolha prática, nada a ver com o Valentine’s Day americano. Como junho é um período de vendas baixas, entre o Dia das Mães e o Dia dos Pais, o publicitário João Dória lançou a data com um viés eminentemente comercial adotando o seguinte slogan: “Não é só com beijos que se prova o amor”.

Além de tudo, a data sugerida é véspera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro tão festejado nas festas juninas. Como na linda e ingênua canção de autoria de Lamartine Babo: “Eu pedi numa oração / Ao querido São João / Que me desse um matrimônio / São João disse que não / São João disse que não / Isso é lá com Santo Antônio”.