Novo papa novo “Não é só um novo papa, mas um papa novo”, disse o comentarista na tevê. Ele jogou com dois sentidos do adjetivo novo. Segundo a posição, o dissílabo tem significados diferentes. Anteposto ao substantivo, quer dizer outro. Posposto, inédito, recém-chegado. São três novidades: ele é o primeiro latino-americano, o primeiro jesuíta, o primeiro a escolher o nome de Francisco. Não é só o papa que enseja o uso do novo nas duas acepção. Nós somos useiros e vezeiros em lançar mão do recurso da língua. Ao dizer “comprei um novo carro”, informo que comprei outro carro, não necessariamente novo. A história muda de enredo se dizemos “comprei um carro novo”. No caso, minha garagem abriga um 0km. Como diz o outro, o melhor carro do mundo é o zerinho. Leitor pergunta