Ele só tem uma sílaba. Mas causa estragos. Como pertence a muitas classes, aparece demais. Entra, por isso, no time das repetições. Torna a frase pesadona, monótona, pouco atraente. Diante do abuso, o leitor, dono e senhor do pedaço, manda o texto pras cucuias. Quem é o mal-amado? Ninguém menos que o quê. Ele dá a mpressão de inexperiência, descuido e pobreza de vocabulário. Por isso, professores o perseguem. Alunos fogem dele como o gato do cão. Escritores lhe passam a tesoura sem piedade. E você? Sabe como livrar-se dele? Há formas de mandar o indesejado pras cucuias:
1. Troque a oração adjetiva por adjetivo ou substantivo:
animal que se alimenta de carne: animal carnívoro pessoa que planta café: cafeicultor criança que não tem educação: criança mal-educada
2. Mude a oração adjetiva por aposto nominal:
a. Brasília, que é a capital do Brasil, completou 44 anos.
Brasília, a capital do Brasil, completou 44 anos.
b. Losé Sarney, que foi eleito senador pelo Amapá, nasceu no Maranhão. José Sarney, eleito senador pelo Amapá, nasceu no Maranhão.
3. Substitua a oração pelo termo nominal correspondente:
a. A comunidade exige que o criminoso seja punido. A comunidade exige a punição do criminoso.
b. Ninguém duvidava de que o plano tivesse êxito. Ninguém duvidava do êxito do plano.
4. Reduza orações:
a. Agora que expliquei o título, passo a escrever o livro. Explicado o título, passo a escrever o livro.
b. Depois que redigir o texto, pensarei na legenda. Redigido o texto, pensarei na legenda.
Logo que acabar a leitura, farei o resumo. Acabada a leitura, farei o resumo.
5.Transforme o discurso direto em discurso indireto:
a. Lula disse que acabará com a pobreza no Brasil. Lula disse: — Acabarei com a pobreza no Brasil.
“Acabarei com a pobreza no Brasil”, disse Lula.
É isso. A língua oferece mil jeitos de dar o mesmo recado. Para recorrer a eles, duas condições se impõem. Uma: conhecê-los. A outra: arregaçar as mangas e mergulhar no trabalho.