“Eu quero”, gritou Marco Feliciano. Ele quer comandar a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Eleitores se opuseram. Por quê? O deputado pastor é acusado de homofobia e racismo. Como presidir a comissão que cuida das minorias? O partido dele, o Social Cristão, partiu pra defesa. Em nota, escreveu: O PSC “não segrega, não exclui e nem discrimina ninguém”. Ops! Tropeçou. Nem significa e não. Por isso é redundante dizer e nem em construções como estas: Os candidatos dizem que ainda não acertaram os contratos (e) nem definiram as equipes de vídeo. Giselle nunca esteve tão bela (e) nem tão sensual. Ele não saiu (e) nem participou da reunião. O PSC não segrega, não exclui (e) nem discrimina ninguém. E nem nunca tem vez? Tem. Generosa, a língua lhe dá uma oportunidade. No sentido de nem sequer, o uso da duplinha ganha banda de música e tapete vermelho. Assim: Bruno ouviu as acusações e nem sequer se abalou. Acerto que garante vaga De uns tempos pra cá, o verbo fazer virou praga. É um tal de fazer aula, fazer erros, fazer faltas, fazer mortes e por aí vai. Valha-nos, Deus! Que os olhos se abram para a propriedade vocabular. Fazer, que tem mais o que fazzer, não substitui cometer, praticar, ter. Melhor dar a César o que é de César: cometer erros, cometer faltas, ter aulas, assistir a aulas, causar mortes, provocar mortes.