Não, não, não

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Ora veja! Ao longo da história, só a Europa cedeu inquilinos para o Vaticano. Mas, como não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe, novo continente fez as malas e entrou no palácio. O fato, é claro, mereceu notícia. “Um não europeu se senta no trono de São Pedro”, publicaram jornais, sites, blogues. Acertaram. Não europeu se grafa assim, sem hífen.

Antes da reforma ortográfica, o não provocava constante dor de cabeça em redatores da manhosa língua portuguesa. Algumas palavras escritas com o monossílabo pediam hífen. Outras não. Agora todas se grafam livres e soltas — sem tracinhos, lenços ou documentos. Assim: não ingerência, não interferência, não fumante. E, claro, não latino.