Uma frase de José Sarney deu nó nos miolos dos redatores. “Não vejo nada (de mais ou demais) em atender o pedido”, disse o presidente do Senado. A dúvida não tinha a ver com o teor da afirmação. Mas com a grafia da palavra. De mais ou demais? Pesquisa daqui, pergunta dali, a resposta mandou a confusão plantar batata no asfalto.
Demais tem três empregos. Um: no sentido de muito (Comeu demais). Dois: na acepção de ademais, além disso (Na viagem, foi ao teatro, visitou amigos, fez compras. Demais, proferiu duas conferências.) O último: no sentido de restantes (Cinco senadores levantaram-se. Os demais permaneceram sentados.)
De mais se opõe a de menos. É o caso da frase de Sarney: Não vejo nada de mais de atender o pedido. Até aí, nada de mais.