Leite, pra que te quero? Pra formar ditos pra lá de expressivos. Eles andam na boca do povo e passam de geração pra geração. Ninguém sabe quem os criou. São obra coletiva. Vamos a eles.
Chorar o leite derramado Nada mais inútil, não? Lembra a história da menina que levava um pote de leite na cabeça. Andava distraída. Com a imaginação a mil, sonhava com as compras que a venda do alimento lhe proporcionaria — sapatos, vestidos, brinquedos, viagens. Ops! No auge do delírio, ela tropeçou e… adeus, leite. Lamentar-se do irremediável? É tirar leite de vaca morta. * Falar mais do que nega do leite
A expressão vem dos tempos do Brasil colônia. As escravas amas de leite tinham que distrair a criança chorona e mimada. Convenhamos: é tarefa pra lá de árdua. O jeito? Falar pelos cotovelos. Contar histórias sem parar. Com as narrativas, os pequenos se acalmavam e sorriam felizes. * Leite de vaca não mata bezerro
Educar é difícil mas necessário. Exige esforço e perseverança — investimento de tempo e vida. Como diz outro provérbio, “é de pequenino que se torce o pepino”. Um castiguinho aqui e ali não rouba a vida de ninguém. * Defender o leite das crianças
A fome tem pressa. Adulto disfarça. Mas os pequeninos põem a boca no mundo. Pra calá-los, só há uma saída. Trabalhar pra lhes dar comida. E, claro, garantir o pão nosso de cada dia. Afinal, ninguém é de ferro. * Menino copinho de leite
Haja paciência! Adolescentes acham que sabem tudo. Corrigem pai, mãe, professores. Levá-los a sério? Nem pensar. A pretensão passa. Bastam uns aninhos a mais. * A leite de pato Trabalhar de graça? Jogar de brincadeirinha, sem apostar dinheiro? É esforçar-se a leite de pato. Sem proveito. * Tirar leite de pedra
Pedra dá leite? Nem pedra nem pato. Extrair o branquinho da rocha é conseguir algo tido como impossível. Mas… * Política café com leite
São Paulo era a terra do café. Minas, do leite. Um candidato de lá e outro de cá formavam chapa pra disputar a presidência. Resultado: ninguém batia a dobradinha política.