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O emir do Catar esteve em Brasília na semana passada. Reuniu-se com o presidente Lula no Planalto. Discreto, teria passado despercebido apesar das bandeiras catarianas que enfeitavam a Esplanada. Mas não passou. A visita mereceu imagens e comentários graças à primeira-dama. Xeica Mozah é excepcionalmente bela. Mas não só. Ela conquistou o respeito internacional com o papel que desempenha interna e externamente. Está à frente da revolução em curso no país.
Presidente da Qatar Foundation, Mozah cuida da educação, saúde e inclusão social. A meta é liderar as inovações em educação e pesquisa. Investimentos maciços tornaram o areal em que se assenta Doha em moderno câmpus. Ali convivem instituições nacionais e estrangeiras. Universidades americanas transferiram-se para lá. Levaram junto bibliotecas, professores, centros de pesquisas e tecnologia de ponta. Os alunos assistem a teleconferências em 3ª dimensão.
A paisagem humana usa saias, calças, camisetas, burcas. Há de tudo. Cresce em progressão geométrica o número de mulheres que estudam e trabalham fora. Os divórcios também aumentam. É guinada que sintoniza o país com o mundo moderno — mundo no qual a primeira-dama atua com desenvoltura. Ela está engajada no Fórum Aliança de Civilizações, cuja 3ª edição será no Rio de Janeiro, em maio. Em 2011, será no Catar. Trata-se de movimento que busca aproximar povos, promover o diálogo de culturas, lutar contra a intolerância como o islamofobismo, que cresce no mundo.
A figura marcante de Xeica Mozah talvez mude o discurso dos generalistas. Eles falam na mulher árabe como se fosse uma unidade. Não é. Na nação que abriga 23 países, impera a diversidade. Há donas de casa, comerciantes, bancárias, banqueiras, pesquisadoras, médicas, advogadas, parlamentares. Há as conservadoras, que cobrem o corpo e o cabelo. Há as que usam burca. Há as que vestem minissaias e botas. A rainha da Jordânia, de calça jeans e camiseta, participa de passeatas públicas. Existe um denominador comum entre elas? Talvez. No meio de tanta variedade, sobressai uma característica. É a valorização da família. A xeica Mozah não foge à regra.