Ops! O negócio movimentou uma montanha de dinheiro. Nada menos que R$ 25 bilhões. A espanhola Telefónica se livrou da sócia Portugal Telecom, que comprou 22,4% da Oi. A transação mereceu manchetes de jornais, colunas econômicas, comentários sem fim de especialistas e curiosos. O prefixo tele- virou vedete. Mega- e multi- pegaram carona no destaque. Com a evidência, pintou a dúvida. Como grafar criaturas tão importantes?
Lá de longe
Tele- veio da Grécia. Quer dizer longe. Telefone, por exemplo, significa voz de longe. Televisão, imagem de longe. Telegrama, mensagem transmitida de longe. Na era de compras a distância, a dissílaba aparece em montões de palavras. É o caso de telepizza, teletáxi, telepão, telepastel, telefarmácia. E por aí vai.
Como escrever os vocábulos formados com ser tão fértil? Na regra do emprego do hífen, letras iguais se rejeitam. Para evitar curto-circuito, o tracinho pede passagem (sub-bloco, ultra-atraente, anti-imperialismo, super-regional). O tele- buscou outra saída. Cassou um e. Assim: teleducação, teleducando, teleducador.
Olho vivo
Seja esperto! As palavras escritas com tele- mantêm o acento e a pronúncia originais. Por isso, diante de r e s, apelam para a dose dupla (telesserviço, telessinalização, telessonda, telerradar, telerreserva, telerremédio). Percebeu a manha? O s entre duas vogais soa z (casa, pesquisa, pesadelo). O r fica fraquinho como em caro, marido, feriado. Daí os parezinhos ss e rr.
O desencontro
Você está pensando no joguinho milionário que povoa os sonhos de euros e dólares? Esse mesmo — a telesena. O nome deixou de dobrar o s. Não deu outra. A pronúncia virou telezena. Eis o porquê do desencontro. A gente pensa na telessena. Joga na telezena. Resultado: só ganha na sorte.