Viva Santo Antônio! Hoje é dia dele. O santo casamenteiro não morre de paixão por festas como São João. Simples, o franciscano dispensa chita colorida, camisa xadrez, bota, lenço e chapéu de palha. Fogueiras e quentões? Só pra aquecer o corpo nas noites frias. Mas, como estamos no 6º mês do ano, faz jus a bajulações especiais. Com São João e São Pedro, desfila nas festas juninas em tapete vermelho ao som de banda de música. Sobram homenagens. A quadrilha enfeita o terreiro. O forró abafa. Pés de moleque, batata-doce, milho-verde, canjica e tantas outras delícias se oferecem a quem aparecer no arraial.
O santo casamenteiro
“Matrimônio, matrimônio, isso é lá com Santo Antônio.” Por quê? A história vem lá de Portugal. Dizem que uma moça linnnnnnda vivia em Lisboa. Apesar da beleza, porém, não arranjava casamento. O tempo passava, passava, passava. A ameaça de virar titia ganhava cores cada vez mais vivas. O que fazer? Em vez de se entregar à sorte cruel, a bela comprou uma imagem de Santo Antônio. Todos as noites rezava, rezava, rezava. E lhe dava um vintenzinho. Os dias, os meses, os anos transcorriam. E nada. A dúvida pintou. Teria ela escolhido o cupido certo? No desespero, jogou a estátua janela afora.
O milagre! Na calçada caminhava um belo mancebo. Ao receber o baque na cabeça, olhou pro alto e viu de onde o objeto havia partido. Santo intato em mão, subiu a escada e tocou o sino (não havia campainha). A jovem casadoira abriu a porta. Ops! Mirou o mancebo. O mancebo a mirou. Foi paixão à primeira vista. O casamento veio como consequência. A história correu o mundo. Santo Antônio ganhou a fama com a qual dorme na cama.
Simpatia infalível
Viver um grande amor? Quem não quer? Mesmo que seja infinito enquanto dure. Ou dure tanto quanto a permanente no cabelo. Vale a aventura da renovação. Mas as coisas não estão fáceis. Pra vencer o corpo mole do destino, nada melhor que recorrer a simpatia cuja eficácia está pra lá de comprovada. Variações ocorrem aqui e ali. Mas a essência mora nesta receita.
Esta noite pegue a imagem de Santo Antônio. Amarre uma fita branca em torno do corpo dele. Guarde a estátua de cabeça pra baixo no armário. De preferência junto com as roupas íntimas pelas quais você tem especial predileção. Peça, então, com muita fé (pouca não vale), que ele encontre o amor com que você sonha. Fixe prazo. Não mais que três meses.
O príncipe apareceu? Viva! Prepare os convites. Não apareceu? Qual é! Santo Antônio estará dormindo? Não terá levado a sério precisão tão clara? Estará muito ocupado com tantos pedidos? Não importa. Ponha-o nos trilhos. Comece com puxão de orelha mais brando. Tire o garotinho dos braços dele. Não adiantou? Ponha o charlatão de cabeça pra baixo…dentro de um balde d´água. É tortura? É. Mas… ele ajoelhou. Tem de rezar.