É um deus nos acuda. De um lado, Gilmar Mendes. De outro, Lula. No meio, o mensalão. Conversa vai, conversa vem, o ex-presidente teria insinuado que gostaria de adiar o julgamento mais cabeludo da história. Gilmar se fez de desentendido. Lula, então, tirou uma carta do colete. “E a viagem a Berlim?” Na capital alemã, o ministro se encontrou com Demóstenes Torres. Ele mesmo, o senador amigo do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Enquanto rende o disse não disse, a coluna pega carona no episódio. E dá uma dica de grafia. Trata-se do respeito a pai, mãe & cia. sanguínea. Na língua, a família tem força total. Se casa se grafa com s, os filhotes mantêm a marca: casinha, casebre, casarão. A pergunta de Lula traz à tona clã pra lá de maltratado. Trata-se do verbo viajar. O infinitivo se grafa com j. Todas as formas mantêm a letra: que eu viaje, ele viaje, nós viajemos, eles viajem. Confusão
Abra os olhos. Viajar se grafa com j. O substantivo viagem não tem nada com o verbo. Escreve-se com g: Lula lembrou a viagem a Berlim. Comprei a passagem na agência de viagens. Meninos, viajem e façam boa viagem. Que viagenzinha simpática!