DAD SQUARISI // dadsquarisi.df@diariosassociados.com.br
Ops! 84% de aprovação? Nem em delírio Lula & cia. sonhariam com tal índice depois de seis anos de governo. Muito menos agora. A crise que começou nos States faz estragos no Brasil. A atividade industrial despenca. A inadimplência cresce. Demissões se multiplicam. E o homem nas alturas. Tem explicação? Deve ter várias. Uma é a estratégia do presidente.
Em nenhum momento Lula negou a crise. No começo, minimizou-a. Mas fez questão de frisar que o tsunami não é nosso. É deles. Com ironia, intimou Bush a dar um jeito no desastre. Não é justo que os pobres paguem a conta da orgia dos ricos. Pediu que os brasileiros não parassem de comprar. Em suma: evitou que o pânico se instalasse no país.
Lula assumiu o papel de grande pai. Baixou impostos. Abriu os cofres pra financiar atividades produtivas. Botou o Estado no papel de salva-vidas. Mais: tomou medidas que alguns chamaram de demagógicas. Talvez sejam. Mas fazem o que nenhum governante fez. Na hora de apertar o cinto, não tirou de quem não tem. Ao aumentar a linha de corte do Bolsa Família, evitou que milhares de famílias deixassem de receber o benefício. Para elas, perder os R$ 50, R$ 70 ou R$ 100 não significa adiar férias ou abdicar do restaurante. Significa deixar de comer.
O presidente mostra a cara todos os dias. Divulga os feitos. Não no português rebuscado, que exclui a maioria da população, mas na língua do homem comum. Suado, sem paletó, diz diante de autoridades enfatiotadas para 180 milhões de brasileiros que o veem na tevê ou o ouvem no rádio: “Muitos querem ver o Brasil quebrar. Vão quebrar a cara antes de o Brasil quebrar”. Todos o entendem. E, entendendo, sentem-se incluídos. Confiam. É mais ou menos como a história do medo do escuro. O pretão assusta porque desconhecemos o que esconde. Uma vez acesa a luz, ops! O inimigo mostra a cara. Nem sempre ela é feia.