O Brasil enlouqueceu? Não. Mas há comportamentos muito doidos. Valem dois exemplos. Um vem de Recife. No Estádio Arruda, vaso sanitário voa e mata torcedor que tira foto da torcida. O outro, do Guarujá: justiceiros lincham dona de casa. Por quê? Confundem-na com retrato falado de sequestradora de crianças. Simples assim.
Além de indignação e protestos, os crimes suscitaram dúvidas. Uma sobre grafia. Voa tem acento? Não. A dissílaba joga no time de pessoa, perdoa, abençoa, coroa. Em todas aparece o hiato o/a. Ele é irmãozinho de o/o (voo, coroo, abençoo, coroo). A família tem um denominador comum —adora a leveza. Anda livre e solta, sem lenço e sem documento.
Outra questão: qual a origem da palavra linchar? O vocábulo deriva de nome de pessoa. William Lynch, lá por 1.776, criou tribunal pra lá de cruel. Sem julgamento sério, condenava criminosos a morte por enforcamento. A Lei de Lynch fez escola e ganhou adeptos. Grupo de pessoas sente-se no direito de fazer justiça com as próprias. Mata antes, pergunta depois. É a barbárie. Valha-nos, Deus!