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A notícia preocupa. Menos jovens querem votar. A moçada pode ir às urnas a partir dos 16 anos. Não é obrigatório, mas possível. Nas eleições anteriores, muitos correram atrás dos títulos. Nesta ocorreu retrocesso. Eles somaram 2,9 milhões no pleito municipal de 2008. Hoje, são 2,3 milhões. O que houve? Ninguém tem resposta segura para o fenômeno.
Alguns lembram a queda na natalidade, que teria refletido nessa faixa etária. Outros, a estabilidade política e econômica, garantida por mandatos bem-sucedidos de FHC e Lula. Ela diminui a vontade de as pessoas se engajar na política. Há os que falam em desencanto. Rapazes e moças estão cansados de ouvir denúncias de corrupção & cia. Há, também, os que não acreditam em mudanças. As eleições renovam as caras. Mas conservam o ranço.
É possível que todos tenham parcela de razão. Mas vale a pergunta. A quem a omissão ajuda? Renunciar ao voto significa abrir mão de mudar as coisas. Sacramentar os donos do poder. Dar espaço à autocracia, ao caudilhismo e à mesmice. Fazer o jogo dos políticos que se apegam ao poder como chiclete mascado em cabelo crespo. “Quem não se interessa pela política”, ensinou Toynbee, “condena-se a ser governado pelos que se interessam.”
Quem se abstém de votar se abstém do direito de se queixar. Ou de cobrar. Engole o prato servido por outro. Quem escolhe se compromete. Fiscaliza. Responde pela opção. Com que moral exigir prestação de contas se a criatura se demitiu da cidadania? Omissão tem preço. Quem paga a conta sou eu, é você, somos nós. A prestação dura quatro anos. Com possibilidade de mais quatro. (Antigamente se dizia que sexo e política não se ensinam na escola. Hoje se ensina sexo. Que tal umas aulinhas de educação para a cidadania?) .