“O inglês não veio ao mundo para dizer-se, mas, pelo contrário, para calar-se”, disse Ortega Y Gasset. E o brasileiro? O nascido nesta Pindorama verde-amarela joga em outro time. Adora ouvir a própria voz. Daí por que fala em lugares impróprios como cinemas e palestras. Daí também por que grita em restaurantes. Para ouvir-se na babel de vozes, eleeeeeeeeeeeeeeeeva o tom de voz.
Na abertura dos trabalhos, a CPI da Petrobras deu show de inadequação. O presidente e deputados do Psol se dirigiam uns aos outros muitos decibéis acima do tolerável por ouvidos delicados ou tolerantes. A cena levantou questão pra lá de simples: qual o plural de bate-boca? A resposta tem a mesma simplicidade. É o mesmo de guarda-roupa e porta-retrato. O verbo não muda. Só o substantivo se flexiona: bate-bocas, guarda-roupas, porta-retratos.