De um lado, os índios. De outro, os brancos. No meio, o Supremo Tribunal Federal. Os juízes vão decidir sobre a demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol. É um senhor território. Nada menos de 1,7 milhão de hectares. Fazendeiros que vivem lá esperneiam. Não querem abandonar as plantações de arroz. Enquanto a decisão não vem, vale um toque sobre concisão. Há jeitos de dizer a mesma coisa com menos palavras.
Em vez de três vocábulos pra dizer plantadores de arroz, um só dá o recado. É rizicultor. Também vale orizicultor. A plantação é rizicultra. Ou orizicultura. O mesmo vale para cafeicultor (plantador de café), sojicultor (plantador de soja), bananicultor (plantador de banana), floricultor (plantador de flores). A plantação se orienta pela mesma cartilha — cafeicultura, sojicultura, bananicultura, floricultura.
Por falar em Roraima…
O português do Brasil não tem pronúncia padrão. Mas existem normas. O m e o n nasalisam a vogal antecedente ou seguinte. É o caso de muito. Pronuncie a palavra em voz alta. Dá a impressão de que o i é seguido de n, não é? O fenômeno se explica pela proximidade do m, que contagia o vizinho. Compare com circuito. O mesmo ditongo não apresenta som intruso. Roraima joga no time de muito. O m final nasaliza o ditongo ai.