Incorrigível puxa-saco

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O Enem bate à porta. Moços e moças estão em polvorosa. Revisam conteúdos, fazem exercícios, tiram dúvidas. Uma delas desafiou a garotada. Trata-se da concordância de sujeitos ligados por ou. Procura aqui, busca ali, nada. Socorro! O blogue diz presente.

Acreditem: o verbo não tem jeito. É um grande bajulador. O sujeito é o objeto do paparico. Aonde o adulado vai, o puxa-saco vai atrás. O servilismo se chama concordância verbal. Seu 1º mandamento: o verbo concorda em pessoa e número com o sujeito.

 
Trocando em miúdos: se o sujeito estiver no singular, o verbo também estará. Se no plural, o verbo o seguirá. Mais: se o sujeito for da 1ª pessoa (eu, nós), o verbo não perguntará duas vezes. Também se flexionará na 1ª pessoa. E fará o mesmo com o sujeito na segunda (tu, vós) ou na 3ª (ele, Sua Senhoria).
 
É isso. O verbo é incorrigível lambe-bota. Pode-se ver bem isso ao conjugá-lo: eu danço, ele dança, nós dançamos, eles dançam.
 
O assunto é fácil. A gente tropeça porque se descuida do sujeito. Para acertar sempre, encontre-o. Preste atenção a ele, principalmente se estiver no fim da oração.
 
Ou…ou

Mas nem tudo são rosas. Às vezes, a concordância apresenta complicações. Uma delas refere-se aos núcleos ligados por ou…ou. Aí, pare. Depois, pense. Por fim, decida-se por uma das três possibilidades:

 
1. se indicar exclusão, o verbo vai para o singular: Ou Carlos ou João será presidente do clube. (Entendeu? Há uma só vaga de presidente. A vitória de um exclui o outro.)

2. se indicar inclusão (e), o verbo vai para o plural: Casamento ou divórcio são regulados por lei. Um ou outro apareceram na festa.

3. se indicar retificação, o verbo concorda com o núcleo mais próximo: Ele ou eu redigirei o documento. Eu ou ele redigirá o documento. Os autores ou autor da melhor reportagem receberá o prêmio. O autor ou autores da melhor reportagem receberão o prêmio.

É isso. O diabo é feio. Mas nem tanto.