Houaiss no banco dos réus 2

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Prezada Dad Squarisi:

Li hoje, como sempre faço, a sua coluna no Jornal do Commercio.  Tive minha atenção especialmente despertada para a sua lúcida posição a respeito da questão ciganos/Dicionário Houaiss.  Ninguém pode ser a favor da censura, mas é preciso muito cuidado, como você recomenda, quando as minorias são atingidas por termos prejorativos.  Tanto isso é verdade que a editora refez o verbete para as próximas edições.

Lembro de um caso de que participei. Quando foi lançada, com estardalhaço, a Enciclopédia Barsa, havia um verbete agressivo contra os judeus (eles seriam responsáveis pela exploração do homem pelo homem, eram sinônimo de usura etc.).  Liderei uma campanha para protestar contra isso — e o verbete também foi refeito.  É preciso ter sempre essa vigilância, esse cuidado, que nada tem a ver com a nefanda censura.  Concordo inteiramente com o seu  ponto de vista. 

O grande abraço do amigo de sempre

Arnaldo Niskier