Ops! Parece filme de Hollywood. De um lado, a Polícia Federal. De outro, o banqueiro Daniel Dantas, o empresário Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. Operação grandiosa pôs os três atrás das grades. Contra eles pesam acusações cabeludas: lavagem de dinheiro, fraudes financeiras, evasão de divisas, tráfico de influência e por aí vai.
A operação mereceu generosos espaços nos jornais, rádios e tevês. E, claro, provocou reações. “De novo é um caso de espetacularização das prisões”, bradou Gilmar Mendes. O presidente do Supremo Tribunal Federal reclamou da forma como os grandões foram recolhidos à cadeia. Opunha-se, sobretudo, ao uso de algemas. O palavrão de oito sílabas chamou a atenção de leitores, ouvintes e telespectadores. A dúvida: o vocábulo existe?
O dicionário diz que não. O pai de todos nós registra espetaculização. O substantivo de sete sílabas vem de espetaculizar. O verbo vistoso tem o significado na cara. Nomeia a ação que constitui espetáculo — algo grande, notável, importante. Igualzinha à ação da Polícia Federal.
Melancia no pescoço
Espetaculização tem uma irmãzinha. É espetaculosidade. A mana também joga no time dos substantivos. Mas é pra lá de exibida. A louquinha-pra-aparecer vem de espetaculoso, sinônimo de espalhafatoso. O adjetivo se refere ao que chama muito a atenção, ao que não se constrange de dar a vez a cenas ridículas e escandalosas. Em bom português: é o espetacular com melancia no pescoço.