A capital está em festa. O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro abafa. Na 44ª edição, desfilam longas e curtas. Exibem-se atores e atrizes. O aplauso do público se escuta em casas cheias no Plano Piloto e nas cidades vizinhas. Nos comentários, impera um verbo. É estrear. Ao escrevê-lo, todo cuidado é pouco. Nas pessoas em que figura o ditongo aberto ei, o acento não tem vez. A reforma ortográfica o cassou sem piedade: eu estreio, ele estreia, nós estreamos, eles estreiam.
Mais do mesmo
Olho vivo! Estrear adora formar pleonasmo. Dizer, por exemplo, que Wladimir Carvalho estreou documentário novo é dar chance ao azar. Só se estreia o novo. Basta anunciar que Wladimir Carvalho estreou o documentário Rock Brasília. Precisa de algo mais?
Dentro mas fora
Rock Brasília abriu o festival. O diretor, Wladimir Carvalho, é mestre dos mestres. Pra lá de consagrado, participou da festa na condição de hors-concours. Não disputa prêmios.
Por falar em estreia…
A mostra competitiva começou ontem. O filme: As hiper mulheres. Ops! O documentário, que valoriza ritual feminino no Alto Xingu, acertou no tema. Mas bobeou na grafia. O prefixo hiper pede hífen quando seguido de h ou de palavra iniciada com a mesma letra com a qual ele acaba (r ) . No mais, é tudo coladinho da silva: hiper-homem, hiper-regional, hipermercado e, claro, hipermulheres.