Festa do livro e da leitura

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A Bienal de Brasília está a toda. Celebridades nacionais e estrangeiras viraram gente de casa. Não só romancistas e poetas, mas músicos, palhaços e contadores de histórias enchem auditórios e fazem a festa. O verbo ler, claro, entrou em cartaz. Gente grande e gente pequena o conjugam com desenvoltura.

Mas, na hora de escrever, pinta a dúvida. O responsável pelo nó nos miolos é o presente do indicativo. A questão: a reforma ortográfica alterou a grafia de pessoas do verbinho sabido? A resposta: alterou. A 3ª do plural do presente do indicativo perdeu o acento. Ficou assim: eu leio, ele lê, nós lemos, eles leem.

Companhia

Sem o chapéu, ler ficou mais leve. Outros verbos lhe fizeram companhia. É o caso de ver, crer e dar. O quarteto joga no mesmo time. Quanto aparece o hiato eem, o acento não tem vez. Xô! Assim: eu vejo, ele vê, nós vemos, eles veem; eu creio ele crê, nós cremos, eles creem; que eu dê, ele dê, nós demos, eles deem.

Filhotes

Os derivados não têm alternativa. Seguem os paizões sem pestanejar: eles reveem, preveem, releem, descreem.

Sem confusão

Atenção, marinheiros de poucas viagens. Parecido não é igual. Mas confunde. O tumulto tem tudo a ver com a semelhança. São todos verbos pequeninos, com uma só sílaba. Mas eles se dividem em dois grupos. O primeiro tem quatro membros (ler, ver, crer e dar). O segundo, dois (ter e vir).

O primeiro está no papo e na ponta da língua. A 3ª pessoa do plural termina com o hiato –eem (eles veem, creem, leem, deem). O segundo dispensa a dose dupla. Tem só um e. Mas mantém o chapeuzinho: eu tenho, ele tem, nós temos, eles têm; eu venho, ele vem, nós vimos, eles vêm.