Ops! Há pessoas que se consideram procuradores de Deus. E acham que o Senhor é tão intolerante quanto eles. Vale o exemplo do assassinato de Marcelo. Ele passava por onde passavam participantes da Parada Gay de São Paulo. Cinco brutamontes o atacaram. Socos, chutes e pontapés lhe provocaram traumatismo craniano. Ao noticiar o fato, jornais escreveram “craneano”. Bobearam. Craniano é filhote de crânio. Um e outro se grafam com i. Xô, horror
“É homofobia”, disseram amigos de Marcelo. Eles recorreram à palavra grega pra classificar a violência. A criatura tem duas partes. Uma: homo. Quer dizer mesmo. A outra: fobia. A palavra veio de Fobos — filha de Marte, o deus da guerra. Ela não usava calcinha nem sutiã. Em cima do corpo nu, jogava uma pele de leão. Todos tremiam de pavor ao ver a figura. Fobos tinha duas missões. Uma: acompanhar o pai aos campos de batalha. A outra: assustar os combatentes.
Quando eles viam aquela mulher, pensavam que fosse fantasma. Fugiam. E Marte vencia guerras e batalhas. Hoje Fobos não assusta nem passarinho. Mas deixou uma senhora herança. É a palavra fobia. O vocábulo quer dizer medo. Mas um medo grannnnnnnnnnnnnde, incontrolável. Os assassinos de Marcelo sofrem de homofobia. Têm pavor a homossexual.