Em que casos se utiliza senão (junto) e se não (separado)? Nunca sei. Às vezes chuto. Mas a Lei de Murphy está sempre presente. Perco pontos que me fazem falta. Pode me ajudar? (Amanda de Oliveira)
A dúvida não é só sua, Amanda. Muita gente quebra a cabeça com a questão. Por quê? O som é o mesmo. Mas a grafia varia. Ora aparece em uma só palavra. Ora em duas. Escolher a certa constitui baita dor de cabeça. Basta um cochilo pra que as bolas sejam trocadas. A saída? Entender-lhes as manhas. Desvendado o mistério, a alternativa é acertar ou acertar.
Use se não quando:
1. puder substituí-lo por caso não: Se não chover (caso não), vamos viajar de carro. Levará falta se não (caso não) for à aula. A declaração deve dizer tudo. Se não (caso não), precisa ser revista.
2. equivaler a quando não: Pareciam amigos, se não (quando não) bons companheiros. O desafio é, se não (quando não) de solução impossível, pelo menos muito difícil. Se lhe convém, leva o trabalho a sério, se não (quando não), leva-o na brincadeira. A empresa vai demitir quatro empregados, se não (quando não) cinco.
3. for conjunção integrante. Aí, é moleza. Ninguém erra: O pai quer saber se não é melhor o filho estudar de manhã. O governador perguntou se não era possível adiar a votação do projeto. Ele se questionou se não era preferível viajar de carro.
Use senão:
nos demais casos: Nada lhe restava senão (a não ser) a aposentadoria. O deputado não é senão (mais do que) um representante do povo. Não fazia nada senão (a não ser) chorar. Isto não compete à Câmara Legislativa, senão (mas) ao governador. Não há beleza sem senão (defeito).