Costumo me confundir com mas e mais na hora de escrever. Quando devo usar cada um? (Lalesca David de Aquino)
A confusão se explica. As duas palavras soam quase do mesmo jeitinho. Quando dar a vez a uma ou a outra? Eis a dica:
Mais
É o contrário de menos: Estudo mais (menos) do que ele. Gostaria de ir mais (menos) ao cinema. Coma mais (menos).
Mas
Quer dizer porém, todavia, contudo: Não estudou, mas passou no vestibular. Trabalho muito, mas ganho pouco. Leio muito, mas também vejo televisão. *
Em que ocasiões escrevo mal e mau? (Renata Ribeiro, 14 anos)
Ops! As palavras parecem gêmeas univitelinas. Mas não se conhecem nem de elevador. Olho vivo!
Mal
Às vezes é advérbio. Outras vezes, substantivo. Um e outro opõem-se a bem. Na hora do vacilo, pare, respire fundo e faça o troca-troca: A tuberculose foi o mal (bem) do século 19. O embaixador fala mal (bem) o português. Não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe.
Mau
Joga no time dos adjetivos. É o contrário de bom: O lobo mau (bom) come criancinhas. Ele vive de mau (bom) humor porque tem mau (bom) caráter. Paulo é mau funcionário porque não presta atenção ao que faz.
*
Eu e meus colegas temos problemas com o verbo vir. O certo é pode vir ou pode vim? (Lucas Vinícius Correa)
Vir é infinitivo. Usa-se em locuções verbais. Assim: Posso vir amanhã. A mãe deve vir na companhia dos filhos. Você vai vir na próxima semana?
E vim? Vim é o pretérito perfeito de vir: eu vim, ele veio, nós viemos, eles vieram. *
Minha dúvida é quanto a eu e mim. Como diferenciar para eu e para mim? (Laís Dias)
“Mim não faz nem acontece”, repetia a vovó em tempos idos e vividos. Trocando em miúdos a sábia advertência, temos: mim não funciona como sujeito. Quem faz e acontece é o eu:
Este livro é para mim (O sujeito é este livro. Mim faz o papel dele.)
Este livro é para eu ler(Quem lê? Eu, sujeito)
Dica: nesse tipo de construção, o eu vem sempre seguido de infinitivo. *
Em que circunstâncias uma palavra pode mudar de classe gramatical? Um verbo, adjetivo ou pronome pode se tornar substantivo? (Guilherme Barbaresco)
Qualquer palavra pode virar substantivo. Basta antecedê-la de artigo, pronome ou numeral. Veja: O andar de Giselle é provocante. Este querer me comove. Um olhar conquista. Dois olhares enlouquecem. A arte busca o belo. O eu é pronome pessoal.