Alguma dica para não errar mais o uso do S e do Z em palavras como traz, pus, quis, diz? (César Seabra)
Letra é uma coisa. Fonema, outra. As letras compõem o alfabeto. No português, são 26. Todos as sabem de cor e salteado – a, b, c, d, e, f, g, h…z. Os fonemas são os sons, o jeitinho como são pronunciadas. E é aí que mora o perigo. Há sons pra lá de disputados. Um deles é o z. Várias letras soam como a lanterninha do abecedário. O s e o x figuram no rol das competidoras. Atraso e exame servem de exemplo.
A disputa tem consequências. A mais grave: causa senhora confusão na cabeça dos pobres mortais. Os verbos querer, pôr, fazer e dizer são os campeões da babel. Em certas formas, soa o fonema z. Mas se escreve a letra s. É o caso de quis, quiser e puser. Em outras, quem pede passagem é a letra z. Diz, fiz e fizer não nos deixam mentir.
O muda-muda tem explicação? Tem. E, coisa rara, a regra não tem exceção. Vale para qualquer verbo. O segredo está no infinitivo. No nome do verbo aparece o z? Então, não duvide! Sempre que o fonema z soar, dê a vez à última letra do alfabeto:
dizer – diz, dizes, dizemos, dizem
fazer – fazes, faz, fazemos, fazem, fiz, fizeste, fizemos, fizeram, fizesse, fizer
Nos verbos querer e pôr, o z não aparece. Logo, quando soar o z, escreva s. Você acertará sempre:
querer – quis, quiseste, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiseras, quiséramos, quisesse, quiséssemos
pôr – pus, puseste, pôs, pusemos, puseram, puser, pusermos, pusesse, puséssemos
Atenção! Muita atenção! O derivado é maria vai com as outras. Segue o primitivo: refiz, desfizemos, desdizemos, compuser, depuséssemos. Etc. e tal.