Cadê pagamento? Ninguém sabe, ninguém viu. Cadê décimo terceiro salário? Nem Deus sabe. Cadê remuneração pelas horas extras? Sabe-se lá. Cadê reposição das perdas que a inflação impôs? Sem resposta. Resultado: garis, médicos, professores, motoristas, aeroviários & cia. que ganha o pão com o suor do rosto cruzaram os braços. Trouxeram ao cartaz, com força total, a dissílaba greve.
A palavra nasceu na França. Em tempos idos e vividos, grève significava cascalho ou praia arenosa. Dava nome também a praça pra lá de popular em Paris. A Place de Grève ficava à beira do Rio Sena e, claro, não conhecia pavimento. Ali funcionava a Bolsa do Trabalho. Desempregados se reuniam lá pra procurar o que fazer ou ficar por conta do nada. Ao se referirem a essas reuniões, diziam faire grève (fazer greve). Daí a estender a acepção para a suspensão coletiva do trabalho foi um pulo.