Estados Unidos na cabeça

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É Estados Unidos pra lá. Estados Unidos pra cá. Estados Unidos pracolá. Nenhum país foi mais citado que os Estados Unidos. O destaque não se deve às trapalhadas de George W. Bush. (Esse é página virada.) Deve-se a dois fatos novos. Um: a crise bancária que nasceu nos States e se espalhou mundo afora. O outro: as eleições presidenciais. A disputa entre um negro e um herói de guerra ocupa o noticiário há semanas.


Manter-se nas manchetes durante tanto tempo traz problemas. O maior: a concordância. Entrevistados, entrevistadores, comentaristas e repórteres se esquecem de regra tão antiga quanto o sistema solar. Trata-se das manhas dos nomes próprios escritos no plural. É o caso de Estados Unidos, Minas Gerais, Andes, Alpes, Palmeiras, Com eles, o verbo vai para o singular ou o plural? Quem responde é o artigo. Olho nele.


Se o nome vem acompanhado do pequenino, o verbo concorda com ele. Sem o monossílabo, é a vez do singular: Os Estados Unidos vivem a mais emocionante campanha eleitoral de todos os tempos.Os Andes ficam na América do Sul; os Alpes, na Europa. O Palmeiras faz boa boa campanha no Brasileirão de 2008. Está em 2º lugar, atrás do São Paulo. Minas Gerais tem um dos folclores mais ricos do país.
Camarões fica na África.


Olho vivo


O artigo adora brincar de esconde-esconde. Às vezes, sobretudo em títulos, siglas e textos publicitários, o danadinho não aparece. Mas conta como se presente estivesse: (Os) EUA elegeram novo presidente ontem.


É isso: com o substantivo próprio no plural, o artigo canta de galo. Cocorocóóóóóó.