Máscaras fazem a festa. No carnaval, invadem as ruas e exibem caras famosas ou sonhadas. Mulheres viram homens. Homens, mulheres. Meninos ganham os poderes do Superman, a destreza do Homem-Aranha ou a graça do Mickey. Gente como a gente se transforma em celebridade. Anônimos invisíveis se tornam foco de atenções. Fenômeno semelhante ocorre com as palavras. Elas também se disfarçam. Resultado: parecem, mas não são. Quer ver? Barato? Barata?
Ops! Que confusão! Barato é daquelas palavras que têm o capeta no corpo. Ora entra na pele das variáveis. Tem, então, masculino, feminino, singular e plural. Ora embarca na canoa das invariáveis. Aí, mantém-se inflexível. Sem masculino, feminino, singular e plural, deixa tudo igual. Como distinguir alhos de bugalhos?
1. Se for advérbio, barato se mantém inflexível. Na dúvida, há duas dicas. Uma: a oração se constrói com os verbos custar, pagar ou similares. A outra: o complemento do verbo pode ser substituído pelos advérbios pouco ou menos: No Catar, a gasolina custa barato (pouco). Paguei barato (pouco) pelo quadro no leilão. Em Natal, as lagostas custam mais barato (menos) que em Brasília.
2. Se adjetivo, o trissílabo varia em gênero e número. No caso, a frase será construída com verbo de ligação (ser, estar, ficar, permanecer, continuar, andar): Com a redução, a manteiga ficou mais barata. Produtos de primeira necessidade são baratos na Venezuela. Como as verduras estão baratas! Superdica: a regra vale para caro: No Brasil, a gasolina custa caro. A gasolina está cara, não acha?