Erros que roubam vagas 1

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O Natal se foi. O réveillon passou. O carnaval demora. Adeus, desculpas! É hora de partir pra luta — batalhar por vaga na universidade, por promoção no emprego ou pela assinatura na carteira de trabalho. Seja qual for a meta, o cartão de visitas é um só. Trata-se da língua. O português nosso de todos os dias abre ou fecha portas. Olho vivo!

Sem monotonia

Existem erros e erros. Alguns são primários. Estão na cara como batom vermelho ou óculos de grau. Grafar pesquisa com z ou exceção com ss serve de exemplo. Ambos denunciam pouca familiaridade com a língua escrita. Para se safar, conjugue três verbos – ler, ler, ler. E, sempre que a dúvida bater, consulte o dicionário. Generoso, ele diz como escrever a palavra.

Outros erros são sofisticados. Exigem algo mais do que uma espiadinha no injustamente chamado pai dos burros. (Ele é pai dos sabidos.) Tropeços em flexões, concordâncias, pontuação, regências, colocação de pronomes, coesão etc. e tal pedem estudo de morfologia, sintaxe e lógica. Se você der nota 10 para a frase “Na rua passava bicicletas”, abra os olhos. O sujeito arma ciladas. Posposto ao verbo, engana bem. Se ele aparecer na frente do verbo, a armadilha fica clara: Na rua, bicicletas passavam.

Um dos critérios na avaliação do candidato a emprego ou a vaga na universidade é o domínio da norma culta. O examinador espera ler e ouvir uma língua correta. Correta não significa rebuscada ou exibida. Significa apenas o elementar respeito à gramática. Deslizes na pronúncia, nos plurais, na conjugação verbal não passam despercebidos. Ao contrário. Ecoam.

Escorregões evitáveis

a nível de – a forma é ao nível de (= à altura de): Recife fica ao nível do mar.

adéquo – adequar só se conjuga nas formas em que a sílaba tônica cai a partir do u: adequamos, adequais, adequei, adequarei. (Na dúvida, substitua-o por adaptar.)

adivogado — não acrescente sons em fim de sílabas: advogado (não: adivogado), optar (não: opitar), fez (não: feiz), beneficência, beneficente (não: beneficiência, beneficiente), absoluto (não: abisoluto), aficionado (não: aficcionado), prazeroso (não: prazeiroso).

aidético, leproso, mongol – são palavras que reforçam preconceitos. Diga pessoa com HIV, hanseníase ou síndrome de Down.