Adeus, Copa. O Mundial se foi, mas não deixa vácuos. Outro protagonista lhe toma o lugar. A menos de três meses das eleições, a política pede passagem. Candidatos se apresentam embalados para presente. Submetidos a esteticistas, cabeleireiros e maquiadores, exibem figurino adequado e sorriso perfeito. Marqueteiros ditam-lhes os gestos e as falas. O discurso não traduz o que pensam, mas o que imaginam que o eleitor queira ouvir.
É aí que mora o perigo. Os loucos para mandar em nós se esquecem de pormenor pra lá de importante. Nem todos são movidos a fé. Muitos seguem a receita de São Tomé. Querem ver para crer. O programa de governo é bom começo. Ops! Cadê? Serra exibiu dois discursos em vez de projeto de poder. Dilma, texto velho com ideias velhas. Questionada, disse que não havia lido o documento. Mas a rubrica dela estava lá, em todas as páginas.
Novo personagem em cartaz
Rubrica? A trissílaba vem do latim. Na língua do poderoso Império Romano, queria dizer autenticação, assinatura resumida. O nome nasceu de rubra, que quer dizer vermelha. Por quê? Essa era a cor usada para escrever os títulos e os destaques dos livros. Não só. A Igreja seguiu a tradição. Os missais exibem o vermelho.
Pronúncia
Rubrica é paroxítona. Sem acento, joga no time de fabrica, futrica, comunica & companhia ilimitada. Muitos, porém, põem baita agudo no u. Tornam-na proparoxítona. Ela grita. Protesta. Esperneia. E vinga-se. Aconteceu com a Zélia Cardoso de Melo, ministra da Fazenda de Fernando Collor. Ela dava notícias do Plano Collor, aquele que confiscou a poupança dos brasileiros. Em dado momento, disse “rúbrica”. O mundo ruiu. Nem as velhinhas de Taubaté acreditaram no que disse.