Eduardo no céu

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Dizem que, quando morremos, reencontramos a nossa turma. Com Eduardo não foi diferente. Ao entrar, recebeu o abraço do avô. O velho Miguel Arraes não estava só. Acompanhavam-no atletas do time político que foram na frente. Getúlio, Ulysses, Juscelino, Tancredo o esperavam alegres, ansiosos por notícias fresquinhas desta alegre Pindorama. Eles, como o caçula recém-chegado, seguem mandamento pétreo: “Não vamos desistir do Brasil”.

Fronteira do fim do mundo

Reencontro deu nó nos miolos de repórteres. Eles sabem que uma das regras de ouro do emprego do hífen é esta: os iguais se rejeitam. Se o prefixo acaba com determinada letra, e a palavra a que se une começa com a mesma letra, não dá outra. Choques e curtos-circuitos entram em cartaz. Pra evitar o pior, o tracinho pede passagem: anti-imperialismo, contra-ataque, super-região, sub-bloco.

Há exceções? Claro que sim. Elas confirmam a regra. Com os prefixos re- e co-, cessa tudo o que a musa antiga canta. Alérgicos, os pequeninos enxotam o hífen pra fronteira entre o inferno e o fim do mundo — um passo depois de onde o vento faz a curva. Com eles é tudo colado. Assim: reencontro, reeleição, reler, cooperação, coobreiro, corréu.