Paradoxo? É figura de linguagem. Significa contrassenso, absurdo, disparate. Em bom português: é o contrário do que consideramos lógico, verdade. Artistas adoram o recurso. Com talento e criatividade, Camões brilhou: “Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer”.
Drummond foi atrás: “Estou cego e vejo. / Arranco os olhos e vejo”. Na política pululam exemplos. Obama personifica um de arrepiar até carecas. O homem ganhou o Nobel da Paz. Mas defende a guerra. Pode? Não pode. Mas faz. É paradoxo.