O Natal vem aí. Faltam poucas horas para a festança. O corre-corre já começou. A lista de presentes, visitas, cartões não tem fim. É um deus nos acuda. Nada pode faltar. Ninguém deve ficar de fora. A coluna, atenta às apreensões dos leitores, dá duas sugestões. Uma: caia fora. Fuja do estresse. Só volte quando o último pisca-pisca estiver apagado.
A outra: entre na onda. Distribua presentes, dê papais-noéis, telefone aos amigos, deseje feliz Natal a conhecidos e desconhecidos. Sobretudo, esteja atento aos requintes da língua. Nada de deslizes. O menino Jesus, bonzinho que só, é filho de Deus. A perfeição é seu vício.
Missa do galo
A invenção foi de São Chiquinho de Assis. A missa começava à meia-noite de 24 de dezembro e só terminava na madrugada do dia seguinte. Quando os fiéis saíam da igreja, os galos estavam cantando. Daí o nome missa do galo.
Olha o tempo
Cristo não foi pouca coisa. O nascimento do garotinho mudou a referência do tempo. Os acontecimentos anteriores à vinda dele receberam a marca “antes de Cristo”. Depois dele, “depois de Cristo”. A abreviatura é assim: a.C. e d.C. Desse jeitinho — o a e o d minúsculos. O c, majestoso, maiúsculo.
Presentes reais
Os reis magos souberam do nascimento de Cristo. Presentearam-no com ouro, incenso e mirra. Os dois primeiros são velhos conhecidos. O último nem tanto. Vale a curiosidade. Mirra é planta medicinal. Meio vira-lata, encontra-se aqui e ali sem dificuldade. Em tempos idos e vividos, era usada para embalsamar cadáveres. Daí, por extensão, ganhou o significado de secar, ressequir, diminuir, reduzir-se, minguar-se: O salário mirra, o mês cresce.