É guerra

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A palavra da moda? É terceirizar. Ela está na boca de patrões e empregados. Uns a veem como inimiga das conquistas trabalhistas desde que o Brasil é Brasil. Outros a consideram a salvação da pátria. Moderniza a legislação, amplia o número de empregos e torna competitivos os produtos verde-amarelos.

Enquanto a discussão corre solta e os protestos paralisam o país, vale a questão. Por que terceirizar se escreve com z? A resposta é pra lá de simples. Não existe o sufixo -isar. Só existe -izar. Ops! Você pode se lembrar de montões de palavras terminadas em -isar. É o caso de frisar, pesquisar, analisar, encamisar. E daí?

Sagrada família

Na língua, uma regra vem à frente de todas. Trata-se do respeito à família. “Tal pai, tal filho”, diz ela. Em bom português: se a palavra primitiva se escreve com determinada letra, as derivadas a mantêm: luxo (luxento, luxuoso, luxúria, luxuriante), cheio (encher, enchente), casa (casinha, casebre, casona, casarão), luz (luzente, luzeiro, reluzente, luzir), pesquisa (pesquisar, pesquisador, pesquisado), análise (analisar, analisado), friso (frisar, frisado, frisador, frisante).

Meio órfão

Há palavras que não têm s no radical. Pra formar verbos terminados em -izar, só há um jeito. Recorrer ao sufixo escrito com z. É o caso de terceiro (terceirizar), civil (civilizar), normal (normalizar), canal (canalizar), global (globalizar), polo (polarizar), fiscal (fiscalizar), mínimo (minimizar), máximo (maximizar).