Rir é o melhor remédio “Estava contando um caso”, diz Clara Beatriz. “Em certo momento, precisei usar o verbo rir. Bateu a maior dúvida. É eu ‘rio’ mesmo? No aperto, substituí rir por dar risada. Deu certo. Mas a dúvida ficou. Qual é a do verbinho?” Rir é gozador. Ri de nós. Em razão do ‘eu rio’, as pessoas pensam que ele é deficiente. Que teria falta de pessoas, tempos ou modos. Nada disso. O boa-vida é completinho da silva. Mas é irregular. Foge ao modelo da conjugação dele. Eis o senhor rir. Ria com ele: eu rio, tu ris, ele ri, nós rimos, vós rides, eles riem; eu ri, ele riu, nós rimos, eles riram; que eu ria, você ria, nós riamos, eles riam; se eu rir, nós rirmos, eles rirem. E por aí vai. Moral da história: rir é o melhor remédio. Calo no pé “Pode-se citar vários exemplos” ou “podem-se citar vários exemplos”? E o Ancelmo Góis quem pergunta. Eta, construção que incomoda! Parece um calo no pé. É a passiva com se. Na quarta-feira, o Correio Braziliense trouxe na primeira página: “Não se combate verdades com inverdades”. Combate ou combatem? A dúvida paira no ar. Nas orações em que aparece o pronome apassivador se, facilmente se cometem erros. Para não entrar em fria, há um macete: construa a frase com o verbo ser. Se ele for para o plural, o verbo da frase com se também irá. Caso contrário, nada feito: Um exemplo é citado. Cita-se um exemplo. Vários exemplos são citados. Citam-se vários exemplos. Um exemplo pode ser citado. Pode-se citar um exemplo. Vários exemplos poder ser citados. Podem-se citar vários exemplos.